Espaço do Samba - Sergio Cara Preta
Por: Ruy Tecnocrata
Jô Feital e Sergio Cara Preta
Sergio Manoel Amancio, mas entre os amigos Sergio Cara Preta, nasceu na Rua Gama 952, bairro Cerâmica - Nova Iguaçu; já aos 8 anos com seus irmãos: Clezio (o mais novo) e José Carlos (o mais velho) ficou órfão de seu pai. Teve uma infância diferente das outras crianças; interno juntamente com seus irmãos na Fundação Abrigo Cristo Redentor, começando pela Escola Lavradores e Vaqueiros Presidente Vargas em Santa Cruz, Escola de Tecelagem e Pesca de Marambaia e Escola Cidade dos Meninos de Caxias, onde conclui seu aprendizado secundário profissionalizante. Tinha juntamente com seus irmãos contato com o "resto do mundo" só nas férias (Dezembro à Março). Dentre as profissões que aprendeu, podemos citar quase todas: pedreiro, carpinteiro, armador, pintor, serralheiro, azulejador, marceneiro, pescador, tecelão, mecânico de auto, lanterneiro, eletricista e música. Aí temos um fato curioso, ao fazer parte da Banda de sua Escola (onde seu irmão Jose Carlos era Clarinetista), um dia querendo tocar pistão escreveu uma carta ao Ex-Governador Carlos Werneck Frederico de Lacerda (Carlos Lacerda) encaminhada pela professora Angela Espindola de Carvalho, o que foi atendido e presenteado pessoalmente pelo Governante. Num desses períodos de férias, já morador em Oswaldo Cruz gostava de ficar observando o movimento do Bar do Nozinho (na estrada do Portela ao lado da casa do saudoso compositor Walter Rosa). Temos um fato interessante a registrar: a discriminação racial e cultural contra o samba era tanta que na calçada do Bar não passava crianças brancas. Aos poucos se chegou e logo estava jogando carteado com: Natal, Candeia, Nozinho, Walter Rosa, Leitão do Ganza, Armando Santos, Casquinha, Manaceia, Monarco, Quinca, Tia Juraci, Boneca, Tacira, Jair do Cavaquinho, Tijolo, Surica (1ª mulher a puxar samba na avenida-1966-"Sargento de Melícia"). Logo Natal gostou do seu perfil e o adotou indiretamente, ajudando inclusive no custeio de suas necessidades e de seus irmãos. Daí um passo para desfilar na Portela e fazer parte da família portelense. Ajudou a fundar a Ala das Novidades,com uma novidade formando uma coreografia em forma de cruz. - parceiros: Bibil, Arlindo Polícia, Romildo, Batata, Tatu, Ze Carlos e outros e a Ala dos Passistas Mirim. No Racha da Portela, quando da ciração da Tradição pelos seus amigos e parceiros como: João Nogueira, Paulo C. Pinheiro, Arlindo, Wilma e tantos outros, já trabalhando como soldador na fundação do Aeroporto do Galeão, a convite de Ofilo Bastos um dos fundadores da União da Ilha, migrou para a Escola. Lá ficou por 10 anos: como Diretor de Barracão, Diretor Social por 2 gestões e com Maninho(Davilson Avelar Ribeiro) fundou a 1ª torcida organizada de escola de samba do Brasil nominada UNILHA e levou a ideia da Ala de Gafieira do Leão de Iguaçu para a União da Ilha. Hoje mantem o Samba vivo e intinerante através do Projeto Trem da Harmonia Destino Baixada, alusivo ao Dia Nacional do Samba (idéia sua), que a princípio compartilhou com : Copa, Menilson, Beto Salgado, Nerinho, Caboré, Edson Bombeiro, Joabi e outros; a ideia se concretizou com os também parceiros: Jose Carlos Neto (jornal o Povo), Eclair P. Silva, Edinho Oliveira, Marcelo Amancio, Horacio (Dada), Mauro Viana, Geordelina A. Feital (Jô Feital). Deixa uma abraço aos amigos e um carinho especial as suas filhas: Simone, Alexandra, Vanessa e Rosane; obrigado por me ajudarem a tocar a vida: Marcelo (meu filho) e a Você Jô Feital (parceira compreensiva e de luta atual).